Elena Martins: “Foi alguém da internet que levou meu filho para longe de mim”.

Diego Martins desaparecido há dois meses

“Mãe, já estou indo”. Esta foi a última frase que Elena Martins, 44 anos, ouviu do filho Diego Martins, 15anos às 11:20 do dia 9 de novembro do ano passado. Ele foi fazer inscrição para a escola Militar Hugo de Carvalho, e nunca mais voltou.  Pelo telefone, Elena conversou com Yago Sales e relata seu dilema. Saiba mais na reportagem do Acesso Livre .  





Como era seu filho? Tinha sonhos?
Calado; tímido. Quando saia sempre me telefonava, preocupado. Ele queria muito estudar na escola Militar. O sonho da vida dele.

Como está sendo lidar com essa situação? A senhora já imaginou ter um filho desaparecido antes do Diego sair e não mais voltar?

Nunca passou pela minha cabeça Yago. A gente nunca imagina. O jeito é segurar na mão de Deus, e ter fé. Só Ele para dar força.

Como eram os relacionamentos do Diego fora de casa? Ele tinha amigos? Saia muito?Tinha namorada?

 Ele não queria namorar. Saia sempre com amigas de sala de aula para algum shopping. Eu sempre pedia: “Cuidado meu filho com as amizades”.

O que vocês fizeram desde que o Diego desapareceu?

Muitas coisas Yago. Entregamos papeis com fotos e telefone nos terminais, para a polícia. Demos entrevistas para muitos jornais. Ligamos sempre que podemos para a delegacia. As pessoas ligam, e agente vai atrás. E às vezes é até brincadeira.

Quando o Diego vem à cabeça. Qual o sentimento?O que vocês temem?

De que ele vai ligar. De que mesmo que ele não volte, avise que está bem. Essa é a minha esperança. Aqui ele tinha uma vida digna. Tenho muito medo de que meu filho esteja com medo. Esteja passando fome ou sofrendo até violência.

O que o coração de mãe diz?

Meu filho está vivo. E, desde o primeiro dia que ele não voltou, eu sei que foi alguém da internet que levou meu filho para longe de mim. Pela graça de Deus ele vai voltar.


Qual a vestimenta do Diego no dia em que ele desapareceu?

Short preto com listras brancas de lado; camiseta azul marinho, tênis preto e prata.

A senhora tem alguma queixa?

Acho um cúmulo não ter nenhuma câmera no terminal Praça da Bíblia, um terminal daquele tamanho. Meu filho foi visto por uma mulher. Talvez com a câmera a policia pudesse identificar o homem que estava com ele.

Como descreveram o homem que estava com Diego?

Boné e mochila nas costas.

Qual seu pedido de mãe?

Devolva meu filho. Eu e o pai dele ficamos sem entender o que aconteceu. Queremos saber. Precisamos saber. Se ele não quiser vir, tudo bem, ao menos liga falando que está bem.

Rogério Borges: “É preciso ler muito, não só para ser escritor, mas também para ser jornalista”.


Rogério Borges responde a Yago Sales

          O Jornalista Rogério Borges, respondeu a Dez numa conversa próxima aos livros da mini biblioteca do Cine Ouro, em Goiânia. Repórter do Jornal O Popular, professor de jornalismo da PUC-GO. Borges é considerado o principal jornalista que cobre literatura em Goiás. Abraçado pela admiração do autor deste blog, não poderia haver melhor estréia do que essa entrevista, conduzida com nervosismo, tropeços nas perguntas – nada do que uma bela edição esconda.

                                                                          


Qual seu conselho para quem está iniciando no jornalismo?


Acho que para quem está iniciando, a pessoa tem que procurar uma formação, estudar e conhecer daquilo que ela quer fazer.

Rogério, e para quem quer ser repórter e cobrir literatura?

No caso de quem quer fazer jornalismo literário, precisa conhecer o Jornalismo e literatura, já que estar querendo fazer o encontro entre jornalismo e literatura que é o jornalismo literário. Acredito que a formação de jornalismo seja importante no sentido de compreender as engrenagens desse discurso, compreender as rotinas produtivas, para que possa, dessa forma, ousar um pouco mais, trazendo a literatura para dentro do texto. E no caso da literatura, claro, se a pessoa tiver uma compreensão da critica, das técnicas literárias, melhor, mas se a pessoa tiver o talento em relação a escrever, ótimo também.

O que rege um bom escritor?

           
Não existe bom escritor sem ser bom leitor. É preciso ler muito, não só para ser escritor, mas para ser jornalista. Mesmo na escola básica, quando se faz jardim de infância, você aprende primeiro a ler, para só depois a escrever. No jornalismo, na literatura é a mesma coisa. Quem não sabe lê, não sabe escrever.

Para ser um bom jornalista que cobre literatura, é preferível que se faça, também, letras?

No meu caso: eu fiz Graduação em Jornalismo e Mestrado em Letras. Mas acredito que para trabalhar em jornalismo literário, precisa ter passado por outro jornalismo. Já que o jornalismo literário não é estético, é informativo. Acima de tudo, ele continua sendo um tipo de jornalismo – diferenciado, mas é.

O que fazer para ser jornalista literário?

Cobrir literatura vem para o jornalista, acredito, com o amadurecimento da profissão. Para se fazer jornalismo literário é preciso ter um domínio bom, mais do que o jornalismo tradicional, o literário é um discurso especifico, e não é fácil de ser feito, mesmo com muita gente achando que é – geralmente, essas pessoas pensam que é fácil por que não conhecem o jornalismo literário.  Na faculdade, onde leciono, os alunos ficam ansiosos para fazer trabalhos mais autorais. Isso só é possível com o amadurecimento do texto. E isso só acontece com o amadurecimento da escrita, que acontece com a prática.

E o mercado de jornalismo Literário aqui em Goiás?


Acredito que nem exista um mercado especifico para jornalismo literário. Existem, sim, oportunidades no mercado tradicional pra que se faça esse tipo de jornalismo. Acredito também que, parte muito mais do profissional do que da empresa. Se o profissional apresenta um bom trabalho no jornalismo literário, a empresa vai querer aproveitar. O repórter é quem precisa abrir o seu espaço dentro da empresa, para que ela (empresa) possa lhe dar liberdade para fazer o que ele quer fazer.

Uma noticia do dia a dia, pode ser transformar em reportagem literária.

           
            Com a iniciativa do repórter, sim. Mas é preciso dizer que o jornalismo literário não é um tipo de jornalismo que deva ser de maneira leviana, como para deixar o texto mais bonitinho, como muita gente acha.

No que pensava quando fazia faculdade? Pensou se tornar o Borges da Literatura?

            Nunca pensei em jornalismo literário. Sempre quis jornalismo impresso.
           

O que você lia quando adolescente?
           
            Pedro Bandeira, Miguel Jorge e muitos outros. Quando cheguei à fase adulta, li os autores que me apresentou para a literatura: Machado de Assis, Álvares de Azevedo, Jose de Alencar. Nesse caso, em questão de leitura, você mesmo precisa buscar. Mostrar interesse. Não esperar que o professor te dê um livro. Leitura tem que ser prazer, não uma obrigação.

Quem cobre literatura, precisa ler todos os gêneros, mesmo não gostando de um?

            Como eu cubro literatura às vezes eu tenho que ler o que não estaria na minha escolha, mas não deixa de ser aprendizado.



ROGÉRIO BORGES – Jornalista, formado pela Universidade Federal de Goiás. Publicou em 2006, em conjunto a outros dois jornalistas, Deire Assis, Vinicius Sassine, o Livro Caminhos da Reportagem – Eu ganhei um exemplar, o que me empurrou para uma paixão para a reportagem literária. Borges dá sua lição na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Mantém o Blog rogerioborges.blogspot.com , inclusive, indagado nesta entrevista sobre o blog, ele disse que “ o site  não tem nenhuma importância jornalística”, o que discordo, já que lá, encontramos os livros lidos por Rogério, o que nos direciona ao caminho do jornalista e, podemos encontrar textos. Vale à pena visitar.



Está no Ar!!

Então internauta! Esse é o meu novo blog. Onde irei entrevistar muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito, e postarei AQUI. 

Só para lembrarem: O Acesso Livre, vai continuar. Lá, irei postar os textos, e, principalmente, minhas reportagens em vídeo.

Grande abraço, e espero ter o apoio de vocês. Como? Lendo, deixando comentários, e dando palpites. 
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